Os Lobinhos

Prepare-se para descobrir uma linda história, onde as antigas tradições e receitas dos chouriços de Porco Preto são preservadas até os dias atuais.

Os Lobinhos foi fundada em 1945 por António José Lobinho, na pequena aldeia do Barro Branco, no Alentejo. Esta aldeia, distante a apenas 3km de Borba, está localizada no seio da Serra de Ossa, a serra mais alta do distrito de Évora. O seu microclima é o ideal para a cura dos chouriços.

O seu filho, João Filipe Lobinho, casou com Luisa Maria Pires, pertencente a uma família que tinha as melhores receitas da região para temperar as carnes dos chouriços de Porco Preto. Atualmente, a empresa é liderada pelo Nuno Lobinho, neto do fundador António José Lobinho.

Nestes mais de 80 anos foram mantidas todas as receitas dos temperos das carnes dos chouriços de Porco Preto, bem como as técnicas e prazos de defumação. Até hoje são utilizadas as madeiras das podas das azinheiras, as árvores que produzem as bolotas, um fruto seco muito apreciado pelo Porco Preto.

Os Lobinhos é uma das últimas empresas no Alentejo a manter rigorosamente todas estas tradições. Apenas foi modernizada com a aquisição de equipamentos de inox, que permitem uma melhor higiene na produção dos chouriços.

Por se tratar de um produto inteiramente artesanal, os chouriços apresentam variação de peso de aproximadamente 10%. A sala onde as carnes são temperadas exala aromas intensos e sedutores, marcando o início de um processo de produção repleto de tradição.

Durante a lenta defumação nos "fumeiros", os aromas dos chouriços tornam-se ainda mais envolventes, embora, curiosamente, nem todos os apreciem, já que o cheiro se impregna facilmente nos cabelos!

Segundo Manuel Chicau, sócio-fundador da Adega Alentejana, os chouriços de porco preto mantêm-se fiéis às receitas tradicionais, sendo preparados da mesma forma que os produzidos por seus avós até o ano de 2015.

Importar para o Brasil esses genuínos chouriços de Porco Preto é a realização de um sonho que durou quase 50 anos.

CURIOSIDADES SOBRE O PORCO PRETO OU PATA NEGRA

1. O Porco Preto também é conhecido como “Pata Negra”. Tem a sua pele e unhas pretas, apresenta um focinho afiado e patas finas, longas e resistentes;

2. O Porco Preto é criado solto no campo, com alimentação 100% natural e anda mais de 10 km por dia. É abatido com cerca de 20 meses de idade e 150 Kg de peso. O porco branco é criado em cativeiro, abatido com cinco meses e 100 kg;

3. A natureza é sábia e a grande responsável pela carne tenra e suculenta, com um sabor e um aroma inconfundíveis que só se encontram no Porco Preto;

4. Com tantos cuidados e exigências, naturalmente o preço do Kg da carne de Porco Preto é o triplo do Kg da carne de porco branco;

5. O Alentejo possui o habitat natural perfeito para a criação do Porco Preto. Mais de 50% da área mundial de montados, os campos com azinheiras e sobreiros, estão localizados no Alentejo;

6. No Alentejo, o Porco Preto tem mais espaço para se alimentar. São cerca de 2,0 hectares por animal;

7. Os montados do Alentejo têm mais árvores por hectare. O Porco Preto come até 10Kg de bolota por dia, o fruto seco cilíndrico das azinheiras e sobreiros, no período de outubro a março. Nestes seis meses, adquire 60Kg no seu peso e toda a sua gordura é reciclada. Fica apenas a gordura obtida com a alimentação da bolota;

8. A bolota é um fruto rico em proteína e ácido oleico (mais de 54%), o mesmo ácido que faz do azeite a melhor gordura na face da Terra;

9. A dieta da bolota é complementada por ervas frescas, restolho, raízes, plantas silvestres e ervas aromáticas abundantes no Alentejo, o que acrescenta um delicado aroma à carne de Porco Preto;

10. A carne de Porco Preto é rica em antioxidantes que combatem o câncer e o envelhecimento. A dieta mediterrânica, da qual faz parte a carne de Porco Preto, é abundante em ácidos polisaturados, que combatem o colesterol e previnem as doenças cardiovasculares;

11. De acordo com os médicos nutricionistas de Portugal, a carne de Porco Preto pode exercer um papel protetor para a saúde, já que as suas proteínas são equilibradas e de alto valor biológico, contendo todos os aminoácidos essenciais, para uma correta alimentação humana;

12. Joana Martins Chicau, avó paterna do sócio-fundador Manuel Chicau, foi fiel à dieta mediterrânica durante seus 92 anos de vida. Não se sentava à mesa para nenhuma refeição, fosse café da manhã, almoço ou jantar, sem um pedaço de carne de Porco Preto. Podia ser uma rodela de chouriço ou uma fina fatia de presunto. Costumava repetir, com convicção: "O branco, a gordura, é a melhor parte!";

13. Até 2015, todos os anos se matava um Porco Preto na casa dos avós de Manuel Chicau em Montoito, uma aldeia localizada a 35km de Évora, a capital do Alentejo. Os chouriços eram temperados pelos avós e pelas tias. Após isso, se fazia a defumação com lenha das podas das azinheiras na chaminé da casa. Na sede administrativa da Adega Alentejana, foi construída uma réplica desta linda, rústica e muito eficiente chaminé.