Pequenos lotes com muros de pedra onde encontramos vinhas rasteiras, plantadas em fendas nas rochas basálticas e que formam uma paisagem única, classificada pela Unesco como “Patrimônio da Humanidade”.

O Arquipélago dos Açores é composto por nove ilhas, sendo a mais famosa a Ilha do Pico. Aqui, destaca-se a imponente Montanha do Pico, um vulcão extinto, com 2.351 metros de altitude, o ponto mais alto de Portugal. A Ilha do Pico está localizada a 1.660 km de distância de Lisboa e tem uma área de apenas 447km², onde vivem 14.000 habitantes.

As vinhas rasteiras começaram a ser plantadas em 1460, entre o nível do mar e os 100 metros de altitude. Para proteger as vinhas dos fortes ventos marítimos, foram construídos muros com um metro de altura, feitos de pedra basalto solta. O comprimento total destes muros é equivalente ao dobro do perímetro do Equador! Estes milhares de pequenos lotes retangulares murados são chamados pelos locais de “currais”.

Com isto, a paisagem da cultura da vinha da Ilha do Pico forma um cenário único e muito impressionante e, assim, em 2004 foi classificada como “Patrimônio da Humanidade”, pela Unesco.

A alta qualidade dos vinhos da Ilha do Pico vem sendo reconhecida ao longo dos séculos, já que seus vinhos foram servidos nas mesas de diversos papas, imperadores e czares.

Com condições tão difíceis de plantio, a produção das vinhas em anos normais é de apenas 2.000 kg de uva por hectare, número que equivale a 25% da produção das vinhas em outras regiões do planeta.

A produção total de vinho na Ilha do Pico é muito pequena, de apenas 500.000 litros por ano. Portanto, estamos diante de vinhos raros e com ótima qualidade, merecendo destaque à sua acidez e uma leve salinidade. São vinhos muito gastronômicos, perfeitos para acompanharem pratos à base de peixes, camarão e frutos do mar.

☑ Principais Uvas Brancas: Arinto, Verdelho, Boal ou Fernão Pires e Terrantez.