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Quinta da Alorna

Fundação: 1723.

Cidade: Almeirim.

Enóloga: Enga. Martta Simões.

A Quinta da Alorna é uma conceituada e lendária vinícola portuguesa com quase 300 anos de história, localizada na região do Tejo, uma zona conhecida pela elaboração de vinhos de alta qualidade a preços muito acessíveis, e responsável por cerca de 10% da produção de vinhos de Portugal.

Hoje, a Quinta da Alorna possui cerca de 2.600 hectares de propriedade, sendo 160 hectares dedicados às vinhas. Além de ter angariado fama pela produção de vinhos de alta qualidade, a vinícola se destaca também por suas práticas agrícolas, florestais e por seus espaços naturais. A sustentabilidade é algo central para a Quinta da Alorna, o que se comprova pelos quase 2.000 hectares de florestas na propriedade.

As instalações deste produtor são muito bonitas, com destaque para: a adega antiga e cheia de história; a adega moderna e bem equipada; o palácio da Quinta da Alorna inteiramente restaurado; a escola de equitação e uma vinha com finalidade pedagógica onde, em apenas 0,5 hectare, podemos observar nove castas brancas e 18 castas tintas.

Como resultado de seu comprometimento com o projeto, a Quinta da Alorna é uma das mais conceituadas vinícolas do Tejo e de Portugal. Se destaca por ser uma empresa econômica, social e ambientalmente sustentável. Além disso, suas instalações permitem que a vinícola produza vinhos com qualidade superior de uma forma consistente e inovadora. A enologia está a cargo da Martta Simões, uma das principais enólogas portuguesas.

A HISTÓRIA DA ALORNA

A Quinta da Alorna teve início em 1723, quando D. Pedro de Almeida (1688 -1756) comprou a Quinta de Vale de Nabais. Em meados do século XVIII, quando algumas províncias da África e da Ásia ainda eram controladas por Portugal, D. Pedro foi nomeado o 44º Vice-Rei da Índia.

Distinguindo-se por atos de bravura na tomada da Praça Forte de Alorna, na vizinhança de Goa, ainda no país indiano, o Rei de Portugal D. João V concedeu à D. Pedro de Almeida o título de 1º Marquês de Alorna. Ao regressar a Portugal, o conde mudou o nome da Quinta de Vale de Nabais para Quinta da Alorna e, a partir de então, plantou as primeiras vinhas.

Pedro de Almeida foi avô da famosa Leonor de Almeida Portugal, mais conhecida como Marquesa de Alorna (1750 – 1839), uma mulher poetisa, política, poliglota, viajada, inteligente e sedutora, que com sua personalidade forte e enorme devoção à cultura, desconcertou e deslumbrou Portugal nos séculos XVIII e XIX.

A Marquesa viveu uma vida intensa e dramática, sem nunca se deixar vencer. Passou 18 anos de sua vida em uma prisão por conta da perseguição de Marquês de Pombal, um nobre e diplomata português que liderou a retaliação do escândalo político conhecido como “O Processo dos Távoras”. Esse acontecimento se deu por conta de uma tentativa de assassinato do então Rei de Portugal D. José I, em 1758, por parte da nobre família Távora. Por conta de seu parentesco com os acusados, Leonor foi encarcerada e sua família foi perseguida.

Sempre vivendo uma vida intensa, a Marquesa de Alorna influenciou a política, conheceu paixões ardentes, experimentou a opulência e a pobreza, a veneração e o exílio. Leonor atravessou quatro reinados, foi dama da Rainha D. Carlota Joaquina, assistiu às pretensões de D. Pedro, Imperador do Brasil, em herdar duas coroas: a Imperial e a Real, e viu também o Império do Brasil se tornar formalmente independente de Portugal.

Em 1779, casou-se com Carlos Augusto D’Oeynhausen, um militar austríaco, na bonita capela da Quinta da Alorna e o jantar e a noite de núpcias ocorreram no Palácio da Quinta da Alorna. Antes de se casar, o marido de Leonor teve um filho, João Carlos d’Oeynhausen (1776 -1838), com outra mulher. João Carlos sempre foi muito bem recebido pela Marquesa e teve o privilégio de receber uma parte da educação da culta poeta. Essa educação muito contribuiu para a sua carreira brilhante como Brigadeiro do Exército, Governador do Pará, Ceará, Mato Grosso e São Paulo, Ministro das Relações Exteriores e da Marinha do Brasil.

Com o passar dos séculos, a Quinta da Alorna foi vendida até chegar às mãos do Dr. Manuel Caroça, bisavô dos atuais acionistas da família Lopo de Carvalho, que controla a Quinta há cinco gerações.

Recomendamos a leitura do livro Marquesa de Alorna, da Editora Oficina do Livro, que conta a história de uma mulher apaixonada, rebelde, determinada e sonhadora que nunca desistiu de tentar ganhar asas em céus improváveis. Com uma linguagem leve e envolvente, o leitor é “transportado” para os séculos XVIII e XIX, com uma história de amor e liberdade. O resultado é que as 672 páginas desse romance histórico são “devoradas” em poucos dias.

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